quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Sacola de desculpas

Em todos os acontecimentos ou situações pelas quais passamos, acumulamos experiências que tendem a nos levar à maturidade. Não vivemos para cometer erros, mas durante a nossa caminhada podemos errar. Contudo, Deus deseja que todos os Seus filhos cresçam, alcançando a estatura de varão perfeito.


Um dos principais inimigos do nosso crescimento são as “desculpas”. Através das “desculpas” e da “auto-justificação”, muitas pessoas se colocam em uma posição na qual se sentem plenamente maduras, como que não precisando aprender mais nada. Outras, através das desculpas, se consideram incapazes de crescer, pois têm medo dos novos desafios. Por trás dos dois casos está o orgulho.


Usamos o termo “sacola de desculpas” para ilustrar o comportamento daquelas pessoas que sempre têm uma desculpa pronta para toda e qualquer situação. Ela carrega essa sacola para cima e para baixo e, todas as vezes em que é solicitada para fazer algo, ou confrontada com alguma situação, vai logo retirando a sua desculpa da sacola: “O outro faz melhor que eu”. “Eu não consigo”. “Isto está além das minhas forças”. “Foi culpa dele”. “Cresci assim, não tenho como mudar”. “Estou assim por causa do mundo corrupto”. “A carne é fraca”. “O diabo é sujo”.


Precisamos ter em mente que nós somos responsáveis por determinar onde queremos chegar, tanto no âmbito profissional quanto no ministerial ou familiar. O nosso futuro é determinado pelas escolhas que fazemos.


Deus quer que desfrutemos o Seu plano perfeito para as nossas vidas. Entretanto isso só acontecerá se decidirmos tomar posse e crescer.


A primeira desculpa!


“Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gn 3.12)


Toda desculpa é dada para justificar algo pelo qual não queremos assumir a responsabilidade! Logo após ter desobedecido a Deus, Adão, ao ser questionado a respeito do pecado, tentou usar uma desculpa. “Foi a mulher que me deste”. Adão, com medo do que havia feito, joga toda a culpa em Deus, por ter lhe dado uma mulher, e em Eva, por lhe ter oferecido o fruto.


Na maioria das vezes começamos a usar desculpas que pensamos ser sem importância, mas quando nos damos conta estamos totalmente dependentes delas. A Bíblia nos ensina que devemos desviar de toda aparência do mal!


O diabo é sujo


Algumas pessoas usam desta desculpa o tempo todo. Quero deixar bem claro que isso é verdade! O diabo veio para roubar, matar e destruir (Jo 10.10), mas somos nós que decidimos pecar ou andar na corda bamba perto do pecado. Ninguém é obrigado a pecar!


Somos nós que escolhemos o canal de TV que assistimos, o site que entramos ou até mesmo os lugares que freqüentamos. Toda escolha implica em conseqüências. Apresentar desculpas para encobrir erros apenas as tornarão piores.


Não tenha medo da situação


“Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito. Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” (Ex 3.10-11)


“Então, disse Moisés ao SENHOR: Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua” (Ex 4.10).


Vemos aqui uma passagem da qual podemos tirar um grande aprendizado. Deus fala para Moisés que ele libertaria o povo das mãos de faraó. Por causa do medo de tão grande responsabilidade Moisés tenta se apoiar na desculpa de que ele não sabia falar bem. Mesmo Deus lhe mostrando que era Ele que o capacitaria, Moisés insistia em apoiar-se em suas desculpas, chegando a despertar a ira de Deus (Ex 4.14).

Não precisamos ter medo de nenhum dos planos de Deus para a nossa vida. É Deus quem nos capacita para cumprir todos eles.


Escondermos-nos atrás das nossas limitações nos fará apenas permanecer na posição em que nos encontramos, deixando de crescer e de desfrutar da plenitude das bênçãos de Deus para as nossas vidas.


Assim como Deus está sempre disponível para nos abençoar, precisamos estar dispostos a fazer tudo aquilo que agrada o Seu coração. Desculpas são para os fracos!

Precisamos crescer!


Não podemos nos escorar em desculpas que nos levam a esconder os nossos erros. Adão poderia ter assumido seu erro, mas preferiu culpar Deus e sua esposa. Errar não é nosso objetivo final. Se errarmos, devemos nos levantar, aprender com nossos erros, e prosseguir. Deus não somente apresenta Sua vontade para nós, Ele também nos capacita a cumpri-la.


Autor: Leandro da Silva Machado
Fonte: http://www.institutojetro.com
http://www.estudosbiblicos.org/sacola-de-desculpas/

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Crente Fica Doente?

Creio em milagres. Creio que Deus cura hoje em resposta às orações de seu povo. Durante meu ministério pastoral, tenho orado por pessoas doentes que ficaram boas. Contudo, apesar de todas as orações, pedidos e súplicas que os crentes fazem a Deus quando ficam doentes, é um fato inegável que muitos continuam doentes e eventualmente, chegam a morrer acometidos de doenças e males terminais.
Uma breve consulta feita à Capelania Hospitalar de grandes hospitais de algumas capitais do nosso país revela que há números elevados de evangélicos hospitalizados por todos os tipos de doença que acometem as pessoas em geral. A proporção de evangélicos nos hospitais acompanha a proporção de evangélicos no país. As doenças não fazem distinção religiosa.
Para muitos evangélicos, os crentes só adoecem e não são curados porque lhes falta fé em Deus. Todavia, apesar do ensino popular que a fé nos cura de todas as enfermidades, os hospitais e clínicas especializadas estão cheias de evangélicos de todas as denominações – tradicionais, pentecostais e neopentecostais –, sofrendo dos mais diversos tipos de males. Será que poderemos dizer que todos eles – sem exceção – estão ali porque pecaram contra Deus, ficaram vulneráveis aos demônios e não têm fé suficiente para conseguir a cura?
É nesse ponto que muitos evangélicos que adoeceram, ou que têm parentes e amigos evangélicos que adoeceram, entram numa crise de fé. Muitos, decepcionados com a sua falta de melhora, ou com a morte de outros crentes fiéis, passam a não crer mais em nada e abandonam as suas igrejas e o próprio Evangelho. Outros permanecem, mas marcados pela dúvida e incerteza. Eu gostaria de mostrar nesse post, todavia, que mesmo homens de fé podem ficar doentes, conforme a Bíblia e a História nos ensinam.
1. Há diversos exemplos na Bíblia de homens de fé que adoeceram. Ao lermos a Bíblia como um todo, verificamos que homens de Deus, cheios de fé, ficaram doentes e até morreram dessas enfermidades. Um deles foi o próprio profeta Eliseu. A Bíblia diz que ele padeceu de uma enfermidade que finalmente o levou a morte: “Estando Eliseu padecendo da enfermidade de que havia de morrer” (2Re 13.14). Outro, foi Timóteo. Paulo recomendou-lhe um remédio caseiro por causa de problemas estomacais e enfermidades freqüentes: “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1Tm 5.23).
Ao final do seu ministério, Paulo registra a doença de um amigo que ele mesmo não conseguiu curar: “Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto” (2Tm 4.20).O próprio Paulo padecia do que chamou de “espinho na carne”. Apesar de suas orações e súplicas, Deus não o atendeu, e o apóstolo continuou a padecer desse mal (2Co 12.7-9). Alguns acham que se tratava da mesma enfermidade da qual Paulo padeceu quanto esteve entre os Gálatas: “a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto” (Gl 4.14). Alguns acham que era uma doença nos olhos, pois logo em seguida Paulo diz: “dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar” (Gl 4.15). Também podemos mencionar Epafrodito, que ficou gravemente doente quando visitou o apóstolo Paulo: “[Epafrodito] estava angustiado porque ouvistes que adoeceu. Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza” (Fp 2.26-27).
Temos ainda o caso de Jó, que mesmo sendo justo, fiel e temente a Deus, foi afligido durante vários meses por uma enfermidade, que a Bíblia descreve como sendo infligida por Satanás com permissão de Deus: “Então, saiu Satanás da presença do Senhor e feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. Jó, sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se” (Jó 2.7-8). O grande servo de Deus, Isaque, sofria da vista quando envelheceu, a ponto de não saber distinguir entre Jacó e Esaú: “Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam” (Gn 27.1). Esses e outros exemplos poderiam ser citados para mostrar que homens de Deus, fiéis e santos, foram vitimados por doenças e enfermidades.
2. O mesmo ocorre na História da Igreja. Nem mesmo cristãos de destaque na história da Igreja escaparam das doenças e dos males. João Calvino era um homem acometido com freqüência de várias enfermidades. Mesmo aqueles que passaram a vida toda defendendo a cura pela fé também sofreram com as doenças. Alguns dos mais famosos acabaram morrendo de doenças e enfermidades. Um deles foi Edward Irving, chamado o pai do movimento carismático. Pregador brilhante, Irving acreditava que Deus estava restaurando na terra os dons apostólicos, inclusive o da cura divina. Ainda jovem, contraiu uma doença fatal. Morreu doente, sozinho, frustrado e decepcionado com Deus.
Um outro caso conhecido é o de Adoniran Gordon, um dos principais líderes do movimento de cura pela fé do século passado. Gordon morreu de bronquite, apesar da sua fé e da fé de seus amigos. A. B. Simpson, outro líder do movimento da cura pela fé, morreu de paralisia e arteriosclerose. Mais recentemente, morreu John Wimber, vitimado por um câncer de garganta. Wimber foi o fundador da igreja Vineyard Fellowship (“A Comunhão da Vinha ou Videira”) e do movimento moderno de “sinais e prodígios”. Ele, à semelhança de Gordon e Simpson, acreditava que pela fé em Cristo, o crente jamais ficaria doente. Líderes do movimento de cura pela fé no Brasil também têm ficado doentes. Não poucos deles usam óculos, para corrigir defeitos na vista e até têm defeito físico nas mãos.
O meu ponto aqui é que cristãos verdadeiros, pessoas de fé, eventualmente adoeceram e morreram de enfermidades, conforme a Bíblia e a História claramente demonstram. O significado disso é múltiplo, desde o conceito de que as doenças nem sempre representam falta de fé até o fato de que Deus se reserva o direito soberano de curar quem ele quiser.

Augustus Nicodemus Lopes - http://tempora-mores.blogspot.com

Fonte: http://www.estudosbiblicos.org/category/estudos-biblicos/curas-e-milagres/

Contribuindo para o reino de Deus

Entenda o que Deus nos ensina a respeito do dinheiro.

Os abusos quanto ao levantamento de recursos financeiros praticados por algumas igrejas acabaram por tornar bastante delicada a questão da contribuição financeira nas igrejas evangélicas em geral. O abuso, porém, não invalida a realidade de que as igrejas genuinamente evangélicas precisam de recursos para manter seus trabalhos regulares. A Bíblia nos ensina várias coisas acerca do dinheiro.

1) De quem é o dinheiro? Todas as riquezas que existem no mundo pertencem a Deus, por direito de criação (Salmo 24.1) e por direito de capacitação, isto é, é Deus quem nos dá saúde, forças e oportunidades para ganharmos dinheiro (Deut 8.18). O cristão deve se conscientizar­ de que ele é apenas gerente­, e não dono dos recursos de que dispõe.

2) Deus tem um plano para o dinheiro­ que nos confia. (a) Devemos suprir as nossas necessidades e da nossa família. Deus sabe que temos necessidades (Mateus 6.31-32) e que o dinheiro­ é usado­ para supri-las (Atos 20.34). (b) Deus deseja abençoar outros por nosso intermédio. Devemos usar nossos recursos para ajudar os irmãos que estão passando por necessidade (Romanos 12.3), aqueles que são pobres (Deut 15.7-8). (c) Devemos usar o dinheiro­ para sustentar a obra de Deus neste mundo, através das contribuições regulares e proporcionais que fazemos para a Igreja e organizações evangélicas envolvidas com a evangelização do mundo e as obras sociais. (d) Através do dinheiro, Deus quer mostrar seu poder e bênção, suprindo as nossas necessidades (Mateus 6.33), despertando assim gratidão em nosso coração (Deut 8.18) e recompensando fielmente os que contribuem de forma voluntária e regular para sua obra (Malaquias 3.10). Todo cristão sincero deveria refletir sobre o uso que faz do dinheiro, lembrando que prestará contas a Deus, como um gerente presta contas ao proprietário.

3) Princípio gerais para o uso do dinheiro. A Bíblia nos ensina muitas coisas sobre como devemos gastar o dinheiro que Deus nos permite ganhar. Quando observamos estes princípios, podemos evitar mais facilmente a escravidão financeira. Eis aqui alguns deles. (a) Aprender a gastar sabiamente. Devemos planejar nossos gastos (Lucas 14.28-30; Provérbios 19.2) e parar com despesas desnecessárias (Isaías 55.1-2). (b) Não presumamos da graça de Deus. Conheci um casal cristão que comprou um bem valioso e pagou com cheque pré-datado, orando para Deus mandar o dinheiro­. O dinheiro não veio, e a coisa acabou na justiça, com péssimo testemunho contra o Evangelho. Não devemos tentar a Deus querendo ter um padrão de vida que é acima dos nossos recursos. (c) Pratique a respiração financeira. O Senhor Jesus nos ensina em Lucas 6.37-38 que recebemos na mesma proporção em que damos. É verdade que Deus nos abençoa financeiramente apesar de nossa falta de amor para com outros, mas ele tem prometido abençoar de forma especial os que dão abundantemente para os necessitados. (d) Evite estas coisas o máximo que puder: tomar emprestado para comprar algo que se desvaloriza facilmente (Deut 15.6; Prov 22.7); ficar por fiador de estranhos (Prov 11.15; 17.18).

O dinheiro tem escravizado muitos cristãos. Mas quando aprendemos a usá-lo segundo os ensinos da Bíblia, torna-se instrumento do bem aqui neste mundo.

Autor: Rev. Augustus Nicodemus Lopes - Estudo disponível no site da Igreja Presbiteriana do Brasil
Os abusos quanto ao levantamento de recursos financeiros praticados por algumas igrejas acabaram por tornar bastante delicada a questão da contribuição financeira nas igrejas evangélicas em geral. O abuso, porém, não invalida a realidade de que as igrejas genuinamente evangélicas precisam de recursos para manter seus trabalhos regulares. A Bíblia nos ensina várias coisas acerca do dinheiro.

1) De quem é o dinheiro? Todas as riquezas que existem no mundo pertencem a Deus, por direito de criação (Salmo 24.1) e por direito de capacitação, isto é, é Deus quem nos dá saúde, forças e oportunidades para ganharmos dinheiro (Deut 8.18). O cristão deve se conscientizar­ de que ele é apenas gerente­, e não dono dos recursos de que dispõe.

2) Deus tem um plano para o dinheiro­ que nos confia. (a) Devemos suprir as nossas necessidades e da nossa família. Deus sabe que temos necessidades (Mateus 6.31-32) e que o dinheiro­ é usado­ para supri-las (Atos 20.34). (b) Deus deseja abençoar outros por nosso intermédio. Devemos usar nossos recursos para ajudar os irmãos que estão passando por necessidade (Romanos 12.3), aqueles que são pobres (Deut 15.7-8). (c) Devemos usar o dinheiro­ para sustentar a obra de Deus neste mundo, através das contribuições regulares e proporcionais que fazemos para a Igreja e organizações evangélicas envolvidas com a evangelização do mundo e as obras sociais. (d) Através do dinheiro, Deus quer mostrar seu poder e bênção, suprindo as nossas necessidades (Mateus 6.33), despertando assim gratidão em nosso coração (Deut 8.18) e recompensando fielmente os que contribuem de forma voluntária e regular para sua obra (Malaquias 3.10). Todo cristão sincero deveria refletir sobre o uso que faz do dinheiro, lembrando que prestará contas a Deus, como um gerente presta contas ao proprietário.

3) Princípio gerais para o uso do dinheiro. A Bíblia nos ensina muitas coisas sobre como devemos gastar o dinheiro que Deus nos permite ganhar. Quando observamos estes princípios, podemos evitar mais facilmente a escravidão financeira. Eis aqui alguns deles. (a) Aprender a gastar sabiamente. Devemos planejar nossos gastos (Lucas 14.28-30; Provérbios 19.2) e parar com despesas desnecessárias (Isaías 55.1-2). (b) Não presumamos da graça de Deus. Conheci um casal cristão que comprou um bem valioso e pagou com cheque pré-datado, orando para Deus mandar o dinheiro­. O dinheiro não veio, e a coisa acabou na justiça, com péssimo testemunho contra o Evangelho. Não devemos tentar a Deus querendo ter um padrão de vida que é acima dos nossos recursos. (c) Pratique a respiração financeira. O Senhor Jesus nos ensina em Lucas 6.37-38 que recebemos na mesma proporção em que damos. É verdade que Deus nos abençoa financeiramente apesar de nossa falta de amor para com outros, mas ele tem prometido abençoar de forma especial os que dão abundantemente para os necessitados. (d) Evite estas coisas o máximo que puder: tomar emprestado para comprar algo que se desvaloriza facilmente (Deut 15.6; Prov 22.7); ficar por fiador de estranhos (Prov 11.15; 17.18).

O dinheiro tem escravizado muitos cristãos. Mas quando aprendemos a usá-lo segundo os ensinos da Bíblia, torna-se instrumento do bem aqui neste mundo.

Autor: Rev. Augustus Nicodemus Lopes - Estudo disponível no site da Igreja Presbiteriana do Brasil

Fonte: http://www.estudosbiblicos.org/contribuindo-para-o-reino-de-deus/

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

C.S. Lewis sobre ir à igreja

Estava conversando com alguém sobre igreja (para variar) e me lembrei de uma história envolvendo C. S. Lewis e um velho santo de botas de borracha. Como não conseguia achar essa história em nenhum dos livros do C. S. Lewis que possuo, decidi “googar” por ela e a achei no blog Mere Theology.

C. S. Lewis frequentou a mesma igrejinha durante trinta anos. A experiência não tinha nada de extraordinário a cada semana. A maior parte daqueles anos Lewis não se importava muito com os sermões; ele até mesmo sentava-se atrás de um pilar para que o ministro não visse suas expressões faciais. Ele ía ao culto sem música porque não gostava dos hinos. E saía logo após a comunhão da Ceia provavelmente porque não gostava de se envolver nas conversas com os outros membros depois do culto. Mas a longa obediência numa mesma direção moldou a vida de Lewis de um modo que nada mais poderia.

Uma vez perguntaram para Lewis: “É necessário frequentar um culto ou ser membro de uma comunidade cristã para um modo cristão de vida?”

Sua resposta foi a seguinte: “Esta é uma pergunta que eu não posso responder. Minha própria experiência é que logo que eu me tornei um cristão, cerca de quatorze anos atrás, eu pensava que poderia me virar sozinho, me retirando a meu quarto e lendo teologia, e não frequentava igrejas ou estudos bíblicos; e então mais tarde eu descobri que era o único modo de você agitar sua bandeira; e, naturalmente, eu descobri que isso significava ser um alvo. É extraordinário o quão inconveniente para sua família é você ter que acordar cedo para ir à Igreja. Não importa tanto se você tem que acordar cedo para qualquer outra coisa, mas se você acorda cedo para ir àigreja é algo egoísta de sua parte e você irrita todos na casa. Se há qualquer coisa no ensinamento do Novo Testamento que é na natureza de mandamento, é que você é obrigado a participar do Sacramento e você não pode fazer isso sem ir à igreja. Eu não gostava muito dos seus hinos, os quais eu considerava poemas de quinta categoria com música de sexta categoria. Mas à medida em que eu ia eu vi o grande mérito disso. Eu me vi diante de pessoas diferentes de aparência e educação diferentes, e meu conceito gradualmente começou a se desfazer. Eu percebi que os hinos (os quais eram apenas música de sexta categoria) eram, no entanto, cantados com tamanha devoção e entrega por um velho santo calçando botas de borracha no banco ao lado, e então você percebe que você não está apto sequer para limpar aquelas botas. Isso o liberta de seu conceito solitário.” (C. S. Lewis, God in the Dock, pp 61-62)

Autor: Sandro Baggio

Fonte: http://www.sandrobaggio.com