quinta-feira, 30 de julho de 2009

QUEM PLANTA, COLHE!

A família tem sido fundamental para a formação do indivíduo que se coloca na sociedade, pois fornece a formação básica do ser humano nas dimensões bio-psico-social. Enquanto instituição social, não dispensa a autoridade dos pais para fiscalizar a coesão intragrupal no atendimento das necessidades dos seus membros.

A respeito do processo social de interação recíproca denominada socialização, discorre com maestria TURNER, Jonathan H. Sociologia: Conceitos e Aplicações. São Paulo: Makron Books, 1999. p. 75.: “Todos nós nos tornamos humanos através da interação com outros, e nela adquirimos uma personalidade, aprendemos como nos adaptarmos em sociedade e organizarmos nossas vidas. Esse processo de socialização na cultura e estrutura social é vital para a sociedade e para o indivíduo. Sem socialização não saberíamos o que valorizar, o que fazer, como pensar, como conversar, para onde ir ou como reagir. Não seríamos homens.”

No relato bíblico da galeria dos heróis da fé que pode ser lido em Hebreus capitulo 11, versículo 7, temos: “Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, ...”. Um exemplo de pai que não se conformou com o tipo de sociedade corrupta, desumana, egoísta, incrédula, frouxa em princípios imprescindíveis.

Atualmente os meios de comunicação parecem trazer prejuízos no que diz respeito à transmissão dos valores familiares, chamando de falido o modelo patriarcal e também não oferecendo alternativas à sociedade.

A respeito do poder da mídia enquanto instrumento poderoso de difusão de valores, ideologias, sentimentos e aspirações, VILA NOVA, Sebastião. Introdução à Sociologia. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000. p. 174.: “A unilateralidade predominante na interação feita com a intermediação dos modernos meios de comunicação de massa – cinema, rádio, televisão, jornal – é um eficientíssimo e, por isto mesmo, perigoso instrumento de dominação e manipulação das massas, através da transmissão de crenças e valores, bem como, em conseqüência, da formação de opiniões e atitudes.”

Existe crise de autoridade dos pais na família esclarece CASTRO, op. cit. p. 101: “Todas as instituições possuem uma autoridade que as encabeça e se orientam por ela. Quando essa autoridade perde o poder, duas opções manifestam-se: ou a pessoa portadora da autoridade será substituída, ou a instituição imerge em crise. Esse fenômeno lembra-nos o pensamento assaz repetido de Lao Tsé: “Se o teu poder não mais recebe respeito, um outro poder está a caminho.” Essa crise familiar é um fenômeno global e provoca conseqüências em todos os demais setores institucionais, contribuindo decisivamente para a formação de indivíduos que não respeitam regras, limites, causando desajustes sociais.

Pais lembrem-se “... há tempo de plantar e tempo de colher...” (Eclesiastes 3:2). A cultura atual descrita por Margaret Mead como sendo pós-figurativa, em que as gerações mais jovens ditam as regras sociais, tem se dado devido ao fenômeno das inovações tecnológicas. Hoje quando adquirimos qualquer aparelho eletrônico são nossos filhos quem nos ensinam a usá-los. Tal atitude tem deixado a geração adulta inerte e até influenciada pelo modo de vestir-se, comer e falar da geração jovem. Assim sendo não seria verdadeiro afirmar que as crianças mudaram, francamente é a geração adulta que se indispôs a educar, escritores como Içami Tiba e Augusto Cury defendem uma urgente revisão nesta cultura permissiva que predomina na educação de lares e escolas brasileiras. Chegamos ao extremo da necessidade uma ‘Super Nany’ expor em rede nacional a ignorância dos pais quanto princípios básicos para a organização do lar e consequentemente da sociedade.

Só vamos colher o que plantarmos, esta lei é incontestável!

Rev. Pedro Domingos Pereira Neto.

Pastor da Igreja do Nazareno em Picos

E-mail: minhaesperanza@hotmail.com



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